FAQ
Todo o treinamento por Neurofeedback é igual? Qual a diferença entre Neurofeedback e Neurofeedback por Z-scores?
Nos primórdios do Neurofeedback treinava-se apenas a amplitude do sinal neurológico, ou seja, seu valor em micro-volts (µV), normalmente em apenas uma ou duas áreas cerebrais, no máximo, por sessão, o que hoje é conhecido como Neurofeedback tradicional.
Tal abordagem, por fazer uso apenas de dois ou quatro canais, desconsidera aspectos funcionais e de conectividade entre áreas cerebrais, o que impede a realização de exames para mapeamento da atividade cerebral global, além de impossibilitar a análise da atividade de estruturas cerebrais profundas, durante a avaliação inicial de cada paciente.
A metodologia de Neurofeedback por Z-scores, só para que se tenha uma ideia, faz uso da leitura da atividade eletroencefalográfica (EEG) de 19 canais, o que permite monitorar, em uma única sessão de avaliação ou de treinamento neurológico, milhares de variáveis neurológicas simultaneamente, de todo o cérebro, amostradas a uma taxa de 1024 vezes por segundo.
Assim, a metodologia de Neurofeedback por Z-scores representa um avanço substancial na capacidade de avaliação e treinamento do cérebro, com um grau de detalhamento e especificidade absolutamente diferenciados, permitindo a elaboração dos complexos e extremamente sofisticados protocolos de Neurofeedback por Z-scores, concebidos para atender as necessidades específicas da atividade cerebral única de cada paciente nas sessões de treinamento neurológico.
Tenho férias e vou ficar sem treinamento. Posso piorar?
Depende. Se o paciente já treina há um bom tempo (pelo menos 4 meses), normalmente 15 dias não interferirão. No entanto, se começou a menos de três meses, pode haver alguma perda, sim, já que pode não ter havido tempo suficiente para a consolidação das novas aquisições, no cérebro.
Há também os casos em que se fez uma nova avaliação a menos de um mês das férias, tendo, com isso, começado um novo protocolo de treinamento. Também aí não é recomendável interromper o treinamento por mais de dez dias.
Se o paciente está tomando medicação, o remédio pode interferir no resultado da análise da avaliação eletroencefalográfica?
Sim. O paciente deve sempre informar ao profissional sobre a medicação que está utilizando. Cada caso será analisado individualmente, pois depende do tipo medicação e também da dosagem prescrita.
Quem é Leonardo Dal Buono Mascaro?
Leonardo Dal Buono Mascaro é psicólogo, Mestre em Neurociências (USP), especializado e certificado internacionalmente em Neurofeedback (BCN – Board Certified on Neurofeedback) pela BCIA (Biofeedback Certification International Alliance – EUA), e único sul-americano credenciado instrutor internacional, a convite desta instituição, bem como o único autorizado a fornecer formação e certificação por este órgão, no Brasil.
É autor dos três únicos livros sobre Neurofeedback em língua portuguesa no mundo – A Arquitetura do Eu (2008); Para que Medicação? (2011) e Saúde Mental sem Medicamentos para Leigos (2018).
Pode-se adquirir a versão digital (e-book) destes livros em sites como a Amazon brasileira (www.amazon.com.br), bastando, para isso, inserir o nome do autor no campo de busca da livraria virtual em questão.
Quanto tempo posso ficar sem treinamento e não correr o risco de regredir?
Tudo depende de há quanto tempo foi iniciado seu tratamento. Se foi há menos de 4 meses, mais de dez dias farão diferença.
Quanto tempo dura uma sessão de Neurofeedback
As sessões têm duração média de 50 minutos, sendo 20 a 45 minutos de treinamento neurológico propriamente dito – a depender do volume de treino e do número de protocolos previstos para uma dada sessão – ficando o restante do tempo (normalmente 5 minutos) reservado à colocação da touca de leitura eletroencefalográfica para o treino, um processo que envolve a checagem das impedâncias dos eletrodos da touca.
Quando sei que posso parar o treinamento?
A fase final do tratamento, que envolve a consolidação dos novos padrões de funcionamento neurológico adquiridos, depende de assiduidade para ser devidamente completada.
Isto por que, uma vez que se atingiu a meta de treino e o paciente já registra estabilidade na melhora há pelo menos um mês, deve-se mantê-lo por pelo menos outros dois meses em treinamento para que sua fisiologia tenha condições de consolidar esta nova aprendizagem, o que, então, deverá se perpetuar dali em diante.
De todo o modo, antes de se concluir o tratamento, sempre faz-se uma última avaliação eletroencefalográfica para constatação da manutenção da nova aquisição. E só se interrompe o treinamento se, neste caso, for verificada sua adoção.
Quando são realizadas novas avaliações?
As avaliações são realizadas periodicamente, a fim de verificar:
a) A evolução do quadro neurológico do paciente, correlacionando estas informações com as eventuais melhorias clínicas observadas e/ou relatadas pelo paciente.
b) Atualizar os protocolos de treino, para que reflitam a realidade neurológica do paciente, conforme avança em seu tratamento.
Qual o papel da sinalização sonora e visual no treinamento neurológico por Neurofeedback por Z-scores?
A apresentação da atividade neurológica em curso na tela, acompanhada de parâmetros visuais de treino e uma sinalização sonora correlata, são importantes para produzir o tipo de aprendizagem neurológica almejada, na medida em que são eles que fornecem o sinal de acerto às áreas e estruturas cerebrais em treino, momento em que há intensa liberação de dopamina, um neurotransmissor, no cérebro.
A dopamina é um marcador neuroquímico para a produção de resultados positivos, no mundo. Os agrupamentos neurológicos em treino, portanto, quando espontaneamente produzem o tipo de atividade esperado – o que é determinado pelos parâmetros de treinamento previamente estabelecidos em cada protocolo individualizado de Neurofeedback por Z-scores – recebem sinalização sonora e visual, o que ativa os circuitos antecipatórios cerebrais, nossa antena para detecção de efeitos de nossa atividade no mundo, e seleção dos padrões de atividade que melhores resultados produzem neste sentido, o que detona a intensa liberação de dopamina nos circuitos cerebrais envolvidos com aquisição e aprendizagem (reward circuit), constituídos por vias dopaminérgicas especificas, no cérebro.
A sinalização sonora e visual acontece, então, todas as vezes em que a atividade neurológica se adequa aos parâmetros de treino estabelecidos.
Ou seja, a leitura da atividade neurológica é feita, momento a momento, e é apresentada de volta aos neurônios em treino, sinalizando a adequação da atividade em curso frente a parâmetros de treino previamente estabelecidos.
Sendo assim, tanto a sinalização sonora quanto a visual (feedbacks) são importantes para produzir o tipo de aprendizagem neurológica almejada, na medida em que são elas que fornecem a indicação, às área e estruturas cerebrais em treino, quando estas produzem o tipo de atividade almejado, viabilizando que o processo de aprendizagem neurológica aconteça, o que leva ao progressivo restabelecimento da função cerebral normal naquelas estruturas e áreas cerebrais que inicialmente apresentavam comprometimentos funcionais, com a remissão dos sintomas até então presentes.
Qual a frequência ideal de treinos para atingir resultados?
Idealmente, e sempre dependendo das informações obtidas na avaliação inicial, o recomendável é uma frequência de treinos de uma a duas vezes por semana, o que é determinado pela Avaliação Eletroencefalográfica, realizada na consulta inicial.